Pois saibam que naveguei por mares revoltos! Enfrentei sereias, piranhas, magia negra da pior espécie e monstros marinhos gigantescos, que por várias vezes arrancaram pedaços do meu navio, mas tive um bom marujo a me ajudar na viagem...
É verdade que da minha tripulação sobraram poucos realmente confiáveis, já que alguns marujos morreram, outros simplesmente abandonaram a tripulação com o primeiro tesouro em mãos, e um dos mais importantes se entregou a uma sereia ha pouco tempo...
Mas uma vez alguém me disse que não importa seu destino, desde que o trajeto seja feito com sinceridade e em boa companhia e, realmente, cada um decide aonde, como e com quem quer navegar.
E nesta aventura meu destino era próximo: um baú perdido numa cidadezinha litorânea do Paraná, de arquitetura encantadora onde vive John Lennon depois que se cansou da Yoko Ono e onde, dizem, a rotação da Terra é diferente, mais lenta.
E eu encontrei esse baú! E seu conteúdo era o mais memorável e valioso tesouro em que já botei minha mão direita e meu gancho. Nele haviam: uma garrafa de vinho de nome aleatório vazia, um jogo de trilha feito com folhas de caderno, dois arcos de alguma barraca saqueada, alguns discos de vinil, um livro de velho-oeste, um azulejo velho lascado, uma moeda de vinte cruzeiros, um camarujo e um filos... Sinceramente este último eu já esperava encontrar desde a época do Ensino Médico, fui buscar esse baú por causa dele. Só não imaginava que fosse tão preciosa joia... E, por mais que eu precise de dinheiro, prometo nunca me desfazer dela!
E a quem me perguntou, digo que passei alguns dos melhores dias da minha vida vivendo a história da busca por um tesouro, o último encontrado por uma piratinha que já deixou de saquear sozinha. Só não me perguntem detalhes, pois estes estarão pra sempre e somente em minha memórica...
11/07/2012



